O Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) da União Europeia declarou que outubro de 2023 foi o mês mais quente já registrado, indicando que 2023 provavelmente será o ano mais quente em 125 mil anos. A temperatura média de outubro foi 0,4º C mais alta que o recorde anterior e 1,7º C acima da média pré-industrial. Globalmente, 2023 está 1,43º C acima da média pré-industrial.
No Brasil, a seca transformou a Amazônia drasticamente, com níveis baixos históricos nos rios e morte de botos cor-de-rosa, enquanto o Sul e Sudeste enfrentaram chuvas anormais. Nos EUA e México, outubro também foi marcado por secas severas, e outras regiões do mundo sofreram com tempestades e ciclones intensos.
O aquecimento dos mares, associado ao aquecimento global, é um dos fatores que contribui para o aumento das temperaturas. Além disso, a emissão contínua de carbono e o fenômeno El Niño, que aquece as águas do Pacífico Equatorial, também intensificaram o calor. Espera-se que o El Niño continue até pelo menos abril do próximo ano, com previsões de que 2024 seja ainda mais quente.
Samantha Burgess, diretora do Copernicus, enfatizou que outubro de 2023 seguiu quatro meses consecutivos de recordes de calor. A análise do Copernicus, combinada com dados do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), sugere que este é o ano mais quente em milênios, superando 2016, outro ano de El Niño.
Cientistas alertam sobre a urgência de reduzir as emissões de carbono. A COP 28, conferência do clima a ser realizada em Dubai, acontecerá em novembro com foco na ação climática, especialmente diante do recorde de emissões de carbono em 2022. O Acordo de Paris visa limitar o aquecimento global a 1,5º C até o final do século, mas as projeções atuais apontam para um aquecimento de 2,4º C.